ff quebra o silêncio com desabafo devastador: cantor revisita a última vez que o pai o pegou ao colo, transforma luto em confissão poética e arrasta seguidores para o momento brutal em que um filho percebe que nunca mais será amparado

O país ainda mal digeriu a notícia da morte súbita do pai de Fernando Fernandes (FF) quando, na madrugada desta quarta-feira, o cantor decidiu partir o silêncio — e fê-lo com uma mensagem tão intensa, tão brutalmente emotiva, que deixou milhares de seguidores completamente desarmados.

Numa fotografia antiga, FF surge ainda bebé, suspenso nos braços do pai. Mas a imagem, aparentemente simples, tornou-se o gatilho para um dos textos mais devastadores que o artista já partilhou.

“O último dia em que o meu pai me pegou ao colo.”
Assim começa o desabafo que mergulha imediatamente numa reflexão quase filosófica, quase cruel, sobre a última vez — esse momento invisível e irreversível — em que um filho deixa de caber no colo de um pai. FF descreve esse instante como uma espécie de fronteira secreta, um ponto sem retorno que ninguém identifica na altura, mas que mais tarde se transforma em dor pura.

FF de luto pelo pai que "partiu repentinamente"! Reveladas cerimónias  fúnebres

No texto, o cantor confessa que acredita saber quando foi a última vez que sentiu os braços do pai a segurá-lo… mas admite que nunca poderá ter certeza. E é nessa incerteza, diz, que nasce o luto mais difícil: a distância entre a última vez que estivemos no colo e a primeira vez que percebemos que nunca mais estaremos.

“É um tempo estranho, dilatado, que cai no chão e ensopa tudo”, escreveu, numa imagem quase cinematográfica que descreve o exato segundo em que o mundo muda — quando um filho se apercebe de que perdeu para sempre o corpo onde encontrou segurança, abrigo e pertença.

FF de luto. Pai do cantor "partiu repentinamente": "É com uma tristeza  profunda..."

FF termina o texto com uma confissão cortante, revelando a fragilidade em que se encontra:
“Ficamos mirrados, pequeninos e leves, com vontade de, pela última vez, não pesarmos no colo de um pai.

Neste relato dolorosamente poético, FF expõe a ferida aberta que a morte do pai lhe deixou — uma ferida que se mistura com memórias, silêncios, arrependimentos e a eterna sensação de que nunca houve tempo suficiente.

A publicação deixou o país em choque, não apenas pela perda inesperada, mas pela forma visceral com que o artista transformou a dor em palavras — um retrato cru do luto, tão íntimo que parece quase impossível de ler sem estremecer.