Toda a região do Alentejo ficou em choque com a trágica notícia da morte de Francisco Cebola, confirmada às primeiras horas do dia. O homem outrora conhecido como o “escudo da vida” de Portalegre terminou definitivamente o seu percurso de salvamento, deixando um vazio insubstituível na medicina de emergência. A sua morte súbita não é apenas uma perda, mas o colapso de um ícone em quem a comunidade depositava total confiança.

Segundo fontes próximas, Francisco Cebola – enfermeiro veterano do VMER (Serviço Médico de Emergência do Vietname) no Hospital de Portalegre – sofreu um colapso após um evento cardiovascular súbito. O mais comovente é que, poucas horas antes, tinha terminado o seu turno, ainda ria e conversava com os seus colegas, e ainda vestia a sua farda de socorrista. Ninguém poderia imaginar que aquela seria a última vez que sairia do hospital com vida.
O comunicado do INEM, que se espalhou pelas redes sociais, foi como um punhal frio no coração de milhares:
“O legado de Francisco viverá na memória de todos aqueles que estiveram ao seu lado na sua missão de salvar vidas.” Mas por detrás destas palavras solenes reside a dor indizível dos seus colegas – aqueles que o viram arriscar a vida vezes sem conta, independentemente das suas próprias limitações.

Ao longo da sua carreira, Francisco foi mais do que um simples enfermeiro. Era a alma dos Bombeiros Voluntários de Portalegre, um rosto familiar em todos os incidentes da cidade, o primeiro nome que os habitantes chamavam quando vidas estavam em perigo. A sua morte deixa muitos a questionar-se: quem substituirá um homem que sempre colocou a vida dos outros acima da sua?
Natural de Évora, Francisco faleceu aos 62 anos, deixando a filha Carolina – também bombeira em Portalegre – os netos e uma comunidade em luto. Os funerais realizados na quinta-feira, 25 de setembro, não foram apenas uma despedida a um homem, mas um momento em que toda a cidade baixou a cabeça em respeito a uma lenda silenciosa que acabara de partir.