Portugal acordou mais pobre e com o coração em pedaços. Martim, o menino de apenas 12 anos que tinha emocionado milhares de pessoas ao surgir no programa “Dois às 10”, da TVI, faleceu, deixando um rasto de dor impossível de ignorar. A notícia caiu como um murro no estômago de todos os que acompanharam a sua luta — curta, injusta e marcada por uma coragem que desafiava a própria idade.

Diagnosticado com leucemia, Martim tornou-se um símbolo de esperança quando, no dia 1 de maio, entrou em estúdio com um sorriso tímido, mas cheio de vida. Frente a Cláudio Ramos, realizou um dos maiores sonhos: receber uma camisola do Sporting assinada por todo o plantel. O momento foi de cortar a respiração. “Assim que souberam da tua história, assinaram todos a camisola para ti”, disse o apresentador, visivelmente emocionado. Martim apertou o presente contra o peito, como se ali estivesse concentrada toda a força para continuar a lutar.
Mas a realidade foi implacável. Apesar de meses de tratamentos, de esperança renovada e de mensagens de apoio vindas de todo o país, a doença acabou por vencer uma batalha que nunca devia ter sido travada por uma criança. Nos últimos dias, segundo pessoas próximas, Martim estava cansado, mas sereno — como se soubesse que a sua história já tinha tocado demasiados corações para ser esquecida.
Foi a família quem confirmou a tragédia, através de uma publicação devastadora nas redes sociais:
“O Martim partiu, já não sente dor nem cansaço, mas deixou em nós um vazio”. As palavras, simples e cruas, espalharam-se rapidamente, acompanhadas por uma imagem que muitos dizem nunca mais conseguir esquecer. “O céu amanheceu mais cinzento e com ele levou o teu olhar 💚”, escreveram, numa despedida que partiu o país ao meio.
Martim já não está, mas deixou algo raro e poderoso: a prova de que, mesmo em tão pouco tempo, é possível marcar uma geração inteira. O menino do sorriso frágil, da camisola verde e branca e da coragem impossível tornou-se eterno — para todo o sempre e para todo o infinito.