Tragédia na estrada e luto na GNR: morre José António Mocisso Lérias, cabo de 49 anos, num despiste fatal entre Monforte e Santa Eulália, deixando a corporação “mais pobre” após 29 anos de serviço

Mais uma madrugada manchada de dor nas estradas portuguesas. Um despiste violento, uma estrada isolada e um silêncio que chegou tarde demais. Assim terminou a vida de José António Mocisso Lérias, cabo da GNR, de apenas 49 anos, natural de Elvas, num acidente que deixou a corporação em choque e uma comunidade inteira em luto.

O militar seguia sozinho na viatura, em serviço, quando tudo aconteceu, num troço entre Monforte e Santa Eulália. Por razões ainda envoltas em mistério, perdeu o controlo do veículo. O impacto foi fatal. Não houve testemunhas diretas, não houve tempo para despedidas. Quando os meios de socorro chegaram ao local, já nada havia a fazer. José Lérias era a única vítima, mas a perda ecoou muito para lá daquele pedaço de estrada.

Militar da GNR morreu e outro ficou ferido com gravidade numa colisão em  Benavente - JN

A notícia espalhou-se rapidamente pelos corredores da GNR, onde José António era mais do que um número ou uma patente. Era “um dos nossos”. O Comando Territorial de Portalegre deixou uma nota de pesar carregada de emoção, rara na frieza habitual das comunicações oficiais:

“A Unidade ficou mais pobre. Partiu um de nós.”

Durante 29 anos, José Lérias cumpriu a missão com discrição, rigor e lealdade. Prestava serviço no Posto Territorial de Fronteira, onde era conhecido pelo profissionalismo incansável e pela camaradagem silenciosa — daqueles que nunca procuram protagonismo, mas estão sempre presentes quando é preciso.

A nota da GNR não escondeu o golpe profundo:

Militar da GNR morre em acidente de mota a caminho do trabalho - Portugal -  Correio da Manhã

“Partiu o nosso camarada, o Cabo José António Mocisso Lérias (…) um excelente profissional e amigo.”

Nos bastidores, colegas falam de incredulidade, de revolta contida e de um vazio difícil de aceitar. Um homem que saiu para mais um dia de trabalho — e não voltou. Um militar que dedicou quase três décadas à proteção dos outros e acabou por perder a vida no cumprimento dessa missão.

Aos familiares e amigos, ficam as condolências formais. À GNR, fica uma ferida aberta. E ao país, mais uma tragédia nas estradas, lembrando que, por vezes, o perigo não está apenas no crime… mas no caminho para o enfrentar.